silêncio, ausência de sons, de qualquer som, num ruído insuportável. Silêncio da palavra urgente… como se o coração parasse para a escutar… e quando (quem dera, enquanto) não vem… volta a bater regularmente… numa normalidade… numa constância idiota. Silêncio de confrontos, num sismo periclitante… cai… não cai… caímos? E o abismo… não abismos… um dum lado outro do outro. Parece não haver saída; há. Voar ou sufocar.
Silêncio distante, em diferido, como um eco que se revela tardiamente, num caminhar primordial pelo mundo, antes de… entretanto, perdemo-nos no seu rasto… de dúvida, do incerto, do inseguro.
Numa dúvida quase certa, não rasgo o silêncio, ofereço-lhe um gesto num murmúrio, numa só letra, num só sinal . Para que a palavra se torne lua ou o silêncio, poeira de areia. Crendo na incerteza, na insensata impossibilidade do possível. Por isso estamos aqui.
“Penso que é impossível. E é quando gostava que me desses a mão. Tu sabes que é assim. Existe tudo dentro dessa palavra, amor, essa palavra que dizemos e que nos soterra. Estamos debaixo dela como se estivéssemos debaixo de montanhas, como se existíssemos no centro do céu sem nuvens. E imaginamos que todos podem ver-nos, e imaginamos que ninguém nos vê. Possível e impossível.” (uma outra vez, o texto de J. L. Peixoto)
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