Palavras. P-a-l-a-v-r-a-s. Movemo-nos entre palavras. Há um pudor, um receio nas palavras… das palavras… como se ao dizê-las, ao escrevê-las se tornassem mais reais, mais verdade que a própria realidade… retornando à eterna questão entre a verdade e a poesia ou a arte. Ou ao contrário, espelhassem toda a sua mentira, não por serem falsas… por serem de outra ordem… são somente mediadoras… de sentido… do significado… dos sentimentos, dos pensamentos…Ou então bastassem apenas… até se tornarem apenas sons… letras… formas desenhadas… Ou ficassem aquém, tão longínquas, tão distantes, como a praia e as dunas.
Pensar com palavras?... Sentir com palavras?
Pensar sem palavras?... Sentir sem palavras?
A representação ou expressão por palavras. Antes ou depois. A Ideia. Que se traduz em imagem, ou em sensação indefinida ou corpórea, ou em pensamento verbal ou não linguístico. Ou numa linguagem outra. Da música, harmonia-melodia. Do visual, desenho-contorno, cor-mancha. Do táctil, suave-textura-rugosa. Do odor, fragância-hormonal. Do sabor, plácido-acre. Do kinestésico, movimento-corpo-dança.
Formas que desesperadamente formamos, construímos para dar… a nós… aos outros… para nos darmos aos outros.
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