terça-feira, 3 de fevereiro de 2004

Depois da fuga-desejo para outra Lisboa, regresso a esta Terra. Também eu um pouco mais tolerante. Não é possível fugir dos lugares, transportamos connosco os fantasmas, a dificuldade de lidar com as coisas, a solidão, o que nos faz chorar ou sorrir, aquilo em que acreditamos, os nossos sonhos… mas estes às vezes, em certos lugares, tornam-se pesa-delos… demasiado pesados quando podiam ser leves (87yuuuuuuy… -isto foi teclado pela minha gata, percebi o que ela queria dizer: colo, mimos). Sei que não há sol ou sóis como neste lugar, nem se vêem estrelas com tal claridade/obscuridade, nem…
A força que se renova todos os dias, só que por vezes chega no comboio do dia seguinte… atrasada para aqueles momentos de desânimo, de inquietude, em que precisamos de algo que nos evole… quando já não basta…

Dói-me haver uma realidade amável (ou amarga) de que quero fugir. Dói-me não saber para que fujo e o que quero encontrar. Talvez tudo se resuma a não ter o teu corpo junto ao meu quando me vou deitar, e a não ver o teu rosto quando acordo. Talvez seja verdade que há uma realidade física que ultrapassa toda metafísica.

Ou..

We must be still and still moving
into another intensity
for a further union (…)
In my end is my beginning.


T.S. Eliot

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