segunda-feira, 26 de abril de 2004


















[Uma álea do Jardim, Giverny,
Claude Monet, 1901-1902]

Abro a janela de meu quarto,
pousada no parapeito, uma rosa
flor lilás vermelha amarela solar,
em beijo sorriso toco as pétalas
lábios aroma de diurna maresia.
A uma ave pergunto,
é flor despedida? ou rosa saudade?
No seu voo breve entrego um sonho
poema, leva-o ao poeta da rosa, peço.
Antes de partir para o destino, segreda
a ave baixinho, vai ao jardim.
Corro ligeira e sob os céus paro,
dos troncos roseiras que na madrugada
ardiam quase secos, ao sol da tarde
florescem mil rosas azul água,
cores do desejo, frutos de doce luz.
Grito em espanto, sem voz sem eco,
para a ave já distante…

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