domingo, 11 de abril de 2004

Leva-me vento
na vontade de ser raiz aérea
vogando pelos desertos, e que
me pesem as areias matéria
e não haja águas e verdes,
ou frescura gélida.
Leva-me, pois a sede cerúlea
onde agora mergulho, já me afoga
e me transforma em salina vermelha
de sangue sol.
Lá, serei um grão – eu sei -,
cacto, gota seca de nada, torrão
aridez doce, escorpião sereia,
em traço visível sem rasto,
ou lenda.
Leva-me.
Serei oco ventre de ti,
vento.

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