quinta-feira, 1 de janeiro de 2004

Uma, duas, três…

... doze badaladas… mas se aqui já não há relógios de parede (o meu, herdado de minha avó, continua parado por falta de corda) nem sinos de igreja… apenas sons digitais, foguetes e outros que tais. Ouvi ruído, muito barulho, lá fora… ‘lá fora’ como a noite de natal… razões outras… e nada se passou… ou talvez sim… estou no sítio onde escolhi estar, onde hoje me sentiria realmente bem, por encarar de frente aquilo que é… acabando o ano de certa forma como ele decorreu, mas ao mesmo tempo diferentemente… não é possível fugir a uma certa verdade mesmo que esta seja efémera. A contagem decrescente, nem me apercebi dela, apesar de uns minutos antes uma amiga numa ‘comunicação’ virtual (mas tão presente) me ter alertado, assim como um telefonema, mas estava tão embrenhada que não liguei à convenção. Levanto-me só por ouvir estrondos perto de casa… um mini fogo de artificio particular mesmo aqui ao pé. Vou à janela, do outro lado do rio, para além das mil luzes permanentes, longínquos clarões efémeros erguem-se em direcção ao céu. Olho por uns momentos e regresso, não a um ano novo, mas a um novo dia. Pois não tem a palavra efémero a ver com dia?! E perene, com ano?! Hoje, é este o meu lugar efémero, dia a dia, efemeramente, embora queira fazer tantas coisas este ano, coisas que já iniciei e outras que virão certamente. Para todos os outros, não é necessário ser dia 1 para lhes desejar que em cada dia, sejam, façam e tenham aquilo almejam.

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