domingo, 18 de janeiro de 2004

Azuis

O azul quase nocturno do anoitecer… o azul claro luminoso do dia… o azul meigo da manhã. Fim de semana de cores suaves, seriam pastel se não fosse a luz suave que as enalteciam.
Pela manhã, acompanho o rio, de leve cinzento, quase mar de prata ou palha. E o sol acarinha-me, torna-me mansa, como ele, ou como a minha gata que se enrosca no seu calor.
Dias com um pouco de tudo, de pequenos nadas, que sabe bem, onde há o ver, o sentir, de outro modo, com outro olhar. Um pouco para os outros, para mimar e receber, um pouco para mim, para estar e fazer o que dá prazer, o equilíbrio talvez harmonioso de uma quietude atenta, de uma reflexão interpeladora… um sereno desassossego.

Nota: estou escrevendo isto, à tarde, num canto de um corredor do hospital, passa uma das senhoras, ‘auxiliar de acção médica’ (julgo que é este o termo) – já sou quase da ‘casa’ ao fim de quase um mês de ‘permanência’ forçada – e lança a ‘boca’: “a aproveitar para escrever no diário?!” Sorrio-lhe, e penso, nem ela sabe que é mesmo para o ‘log’ – ‘diário de navegação’.

Nenhum comentário: