A propósito da sonda Espirit, lembrei-me que quando era criança, e depois ainda no início de adolescente, costumava pensar, pensar e acreditar fortemente, de tal modo que até era acompanhado de uma certa angustiazinha (existencial), não gostava de me ir embora, de desaparecer deste mundo sem saber… sem saber os mistérios que há para lá desta terra, sem saber coisas do universo, obter algumas respostas aos enigmas cosmológicos. Do que me lembro era a única razão que me levava a ter pena de morrer. Olhando para trás, entendo uma série de coisas, não do universo, mas de mim e um pouquito dos outros (já não é mau). Nunca quis ter grandes coisas, nem sequer ter filhos, nem deixar ‘rastos’ materiais ou profissionais, não era não querer, mas sim, não pensar nisso. Só queria entender, pensar, conhecer. Para quê? Para conhecer, pensar, entender. Era um fim em si mesmo. Era também talvez, uma busca camuflada pelas eternas questões das origens e dos ‘destinos’, e dos porquês. Não só do universo, da humanidade, mas se calhar e no fundo, de mim mesma enquanto indivíduo mais ou menos singular, ou de isto tudo um pouco enquanto sistema. De nós próprios e do nosso lugar, neste lugar infinito, tão grande que nem somos capazes de o abarcar na nossa consciência… só alguns e só matematicamente.
E curiosamente este ‘post’ surgiu após quase dois dias de uma ‘luta metablogística’ comigo própria, em que escrevi alguns posts não publicados, senão no tal caderninho dos bloggers e mesmo assim incompletos. Uma das minhas dúvidas que sei que não desaparecerá e que já vinha desde há uns meses, mas que irei enfrentando (até à sua resolução… num sentido ou noutro), permanece:
o que faço eu aqui neste Lugar Efémero?
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