sexta-feira, 2 de janeiro de 2004

Encontros

Acordo e ainda no quente dos lençóis apetece natureza, o cheiro da praia, o marulhar das ondas, a cor da linha do horizonte ou o sabor do verde, a música dos pássaros, a calma da brisa nos arvoredos. Sinto saudade, mesmo desejo, quase corporal desses espaços que nos tocam mansamente, digitalmente.
Nas ondas mergulho e (re)encontro-a no mar de Sophia.

Ou no mar de Setembro de Eugénio de Andrade:

Tudo era claro:
céu, lábios, areias.
O mar estava perto,
fremente de espumas.
Corpos ou ondas:
iam, vinham, iam,
dóceis, leves – só
ritmo e brancura.
Felizes, cantam;
serenos, dormem
despertos amam,
exaltam o silêncio.
Tudo era claro,
jovem, alado.
O mar estava perto,
puríssimo, doirado.

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