domingo, 1 de outubro de 2006

Soubesse eu escrever aqui sem alma, era o que faria. Assim não me identificavam, não me sentiam. Se tivesse humor, daquele bem rasca, melhor ainda, porque ririam e nem reparavam que aqui estou.
Eu até não existo.
Como dar sem ser notada? Notada por aqueles que não prestam? É espaço de silêncio, mas também de comunicação. Pode até não haver escuta (e não quero ser injusta, ainda ontem... ainda ao longo destes quase três anos... recebi palavras como aquelas da Meg), mas exprimir, escrever, é-me essencial como o ar, como a água.
O olhar dos outros é-me tão necessário como me incomoda. Incomoda naquele sentido da prova, como se eu estivesse a provar algo, a eles, a mim. E depois há aquele olhar... não quero pensar nisso - retirei os dois post de há pouco, não merece. Se vir viu, vou tentar não pensar. Anular aquela existência.
Sinto como se tivesse estado a oferecer uma rosa (podia não ser assim tão bonita, mas era sentida, era eu), e alguém a tivesse agarrado à bruta, deitado para o chão, e no furor de ir à procura de outras flores que houvesse no meu jardim, a tivesse pisado. Uma vez entrado, olhou para as minhas flores, e viu pedras ou cactos. Não eram! podiam não ser bonitas, visosas, mas eram as minhas flores, era o meu jardim. Jardim violado.

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