terça-feira, 24 de outubro de 2006

Se

A vida não é vivível em termos de "Se...".
Se a nossa mulher não tivesse um amante... Se tivessemos encontrado aquele conhecido que naquele momento sabia de um trabalho que queríamos muito... Se a média de entrada para a faculdade nos tivesse colocado noutra academia, ou noutra cidade... Se tivessemos parado naquele instante em que aquela pessoa de que já esquecemos o rosto, nos olhou acidental ou intencionalmente na rua... Se morassemos noutra localidade com outros amigos, outras relações... Se tivessemos mais ou menos 15 anos... Se tivessemos dito aquela palavra, feito aquele gesto... Se tivessemos outros pais, ou irmãos... Se os nossos pais não se tivessem amado momentos antes da nossa concepção... Se...
a nossa vida poderia estar repleta de Se's.
Haveria uma infinidade de Se' s relativamente ao que poderia ter acontecido, sido, existido, ou ainda não acontecido, não sido, não existido... ou àquilo que nós julgaríamos que poderia ter acontecido ou não, sido ou ...
E se uso o tempo passado, uso erroneamente, porque no Passado não há um único Se.
A existir, o Se é do porvir (por-vir).
Enquanto o Futuro não se torna Presente...
Enquanto ainda podemos agir.

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