domingo, 1 de outubro de 2006

Passados foram dias de desejo
por ser mar,
onde me inebriasse
ou, quem sabe, me inundasse.

Torno-me rio.
Nem menos nem mais que isso.
Já não quero tudo – como poderia?
sendo tão escassa -
apenas sulcar este leito
de águas.

Erro devagar entre margens
estreitas ou folgadas.
Invadindo-as com as chuvas,
transbordantes.
Desnudando-as no ardor,
constrangidas.

As minhas águas.

Agora planura de riba-tejo
ocultando insurrectas correntes;

prestes do ensejo da foz
um dia serei - a
naufragada
por outras marés
nas minhas próprias lágrimas.

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