Passados foram dias de desejo
por ser mar,
onde me inebriasse
ou, quem sabe, me inundasse.
Torno-me rio.
Nem menos nem mais que isso.
Já não quero tudo – como poderia?
sendo tão escassa -
apenas sulcar este leito
de águas.
Erro devagar entre margens
estreitas ou folgadas.
Invadindo-as com as chuvas,
transbordantes.
Desnudando-as no ardor,
constrangidas.
As minhas águas.
Agora planura de riba-tejo
ocultando insurrectas correntes;
prestes do ensejo da foz
um dia serei - a
naufragada
por outras marés
nas minhas próprias lágrimas.
Nenhum comentário:
Postar um comentário