a dúvida. a dúvida. terrível dúvida. uma pergunta ecoa. quem dera não a ter. não precisar de uma resposta. sabê-la com sei que o sol nascerá um e outro dia. as duas respostas possíveis – talvez hajam mais -, as que vislumbro. ambas temíveis por razões diversas. a cegueira. a claridade. ambas ferem, ambas feriram. em ambas, as sombras. pela escuridão, pela luz excessiva. não é o olhar a espada, apesar de penetrar. o olhar é a mão suave que pousa em meu leito. que o quieta. que o inquieta. creio e descreio. talvez não seja só eu. talvez um dia tenha sido também alguém que criou a crença e a descrença. porque se vendaram os olhos. porque se aprisionaram as mãos. imóveis e cegos. e o coração deixou de bater. descompassadamente. nenhum coração aguenta o movimento alternado de luz e escuridão. nenhuma respiração pode ofegar para sempre. uma mão sobre o peito. iluminando o que é tão simples alumiar.
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