segunda-feira, 9 de outubro de 2006

Nunca vi a escrita. a insuflada pelo
demiurgo. Também não o conheci. Nunca
se apresentou nem de fraque ou de
farrapos. Alguém, descendente de Platão
impingiu-nos que poesia era amor
ou vice-versa, pouco importa. Nada
disto é imortal. Talvez porque
já não há - nem nunca houve - começos.
Até mesmo aquele que teve todos os nomes
no mundo, nada criou. Agarrou na terra e no
ar, no fogo e na água, agitou, deitou
uns pózinhos perlimpimpim e eis-nos!
Nós, para além de umas quantas poeiras que
continuam a girar - feitas baratas tontas -
pelo universo a-fora, uns sujeitos com
formato de gente a pensar que
o somos
feitos de amor e poesia.

Nenhum comentário: