quarta-feira, 17 de março de 2004

ilusão translúcida

Neste entardecer ténue, aguardo a noite de transparência. Peço um silêncio que envolva a inquietação. O desassossego de um sonho no limiar de um gesto, enquanto este não se desenha em mãos. Talvez acredite naquele secreto segredo… talvez seja a única… talvez seja só…
Contemplo o livro trancado. impresso. sem palavras. preso. encanto furtivo. Dentro, um espaço oculto, prata-rósea, sem metal… só um fugidio clarão contínuo. lugar de luminosidade opaca de um transparente sentir. inexplorado.
Numa intenção de encontrar a chave, ou não, silêncio decifrado, pergunto. ouço ecos de mim, impuros, inautênticos, colados como cartazes rasgados, desgastados. temores insensatos. meus, exteriores a mim.
Talvez esteja já aberto, talvez seja ilusão translúcida.

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