Indiferente ao que por vezes quero, e há momentos de o querer muito, ou no fundo nunca, não me posso impedir de sonhar, de imaginar, de me inventar, de me acrescentar com algo que não é meu mas que no âmago sou eu. Ou que serei numa manhã. Sendo um tal sonho que me sonho em verdade ou em esquecimento.
Em onda - desejo que se dirige para a areia, por vezes grande e impetuosa, outras quase imperceptível, só visiva pela espuma leve e branca que a circunda, e subitamente, surge desmedida, profunda, larga, aproximando-se insaciável, serena e impetuosa, como se o seu caminho fosse único, como se ali se jogasse tudo, a sua existência, o seu fim, o sentido de ser um pedaço de mar ou um imenso todo de gotas.
O desejo do sonho em sonho de desejo vem inevitável, e lanço-me ao seu encontro, julgando que o abismo nada mais é do que uma bruma sublime que envolve os vultos de Friedrich. Como se escutasse um murmúrio invocado pelas lonjuras do mar, enfeitiçada, voo até…
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