quinta-feira, 3 de junho de 2004

desejo ou envolvimento afectivo…

Poucos estudos há em termos de Psicologia do Amor (e os existentes com uma certa credibilidade têm cerca de uma década). Existem sim, sobre Sexologia, alguns outros sobre a Psicologia do Comportamento (comportamentos mais ou menos explicitados) ou mesmo a nível da Sociologia do ‘Amor’. À semelhança de outras áreas, a divisão entre o visível e o invísivel, entre uma consciência mais ou menos racional, ou racionalizada, e o sentir, manifestou-se também quando se pretendeu estudar aquilo que chamaria, não Amor, mas envolvimento afectivo entre duas pessoas. Mais do que os ‘cientistas’ e investigadores, foram os artistas, os escritores que mais abordaram este tema. E com as devidas ressalvas de se poder considerar, ou não, o Amor um fenómeno recente, essencialmente (re)descoberto ou valorizado a partir da época romântica (portanto, com pouco mais de dois séculos), e de datar da mesma altura a Psicologia como (suposta) ciência, é certo que foram e ainda são, em grande medida, os criadores (como antes também alguns filósofos) que intuitivamente e de um modo mais completo, abordam e descrevem os sentimentos associados, ou designados por amor.
O racionalismo científico não se tem coadunado bem com algo de tão subjectivo, individual ou idiossincrático como os sentimentos, os afectos, as emoções… Talvez com a mudança de concepções que se entrevêem nos últimos anos, hajam alterações…
Sobre o post anterior, será que aquele sentir é exclusivo ou predominante no homem? não terá havido mudanças substanciais no modo da mulher viver a sua sexualidade que implicaram consequentes alterações na forma como estabelece os seus relacionamentos? Embora os estudos apontem para um maior envolvimento afectivo (ou desejo de) no caso feminino, não haverá cada vez mais casos contrários? Isto é, relações mais 'desprendidas', tendo como objectivo uma relação física? E não estão os homens, em certa medida, a fazer o ‘caminho inverso’, ou seja, a optarem progressivamente por sintonizar o seu comportamento relacional aos afectos?
E nesta sociedade de Desejo (de desejos, do desejo), fala-se, anseia-se cada vez mais por Amor… seja lá o que isso for…

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