segunda-feira, 10 de maio de 2004

No espanto… desvanecido.

Lembro do dia das orquídeas
chegaram suave lilás, inesperadas
espantadas como eu.
olhámo-nos perguntando
és tu a beleza flor?
e acreditámos.
hoje não sei se era verdade,
ou ilusão o que senti e
vi, suas pétalas crescerem
e folhas que não são delas
folhas e pétalas de cravos rosas
e túlipas cores do sol solidão
perfumes de fogo inebriantes
orquídeas alvas de música
orquídeas que podiam ser mundo.
E em cada dia corria, acercava-me delas
e sorria.
hoje ao entrar a soleira da porta,
hesitei. Recuo - definharam no tempo - eu sei –
lenta, percorro os passos de ontem
ainda esperando o espanto,
receando o desencanto,
serão cactos empedernidos
cardos com espinhos
ou apenas, a minha angústia vazia?
só uma orquídea
quase desvanecida…

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