sexta-feira, 21 de maio de 2004

cheiro da terra molhada de maio




terra fértil. terra sofrida de inverno. lago de lágrimas. solo sentido. terra castanha e só. não é verde. o verde não é dela. o verde vem do seu ventre, das suas mãos, dos torrões que a unem a si mesma para não se perder. nunca será verde, nem azul. é vermelha do suor dos mortos que a amassaram. amarela tostada do sangue desidratado. deserto baço, viveiro de escorpiões auto-fágicos. barro, telha ou tijolo, formas uterinas inventadas.
terra
tara
perfume na brisa passada

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