segunda-feira, 13 de novembro de 2006

Vejo o livro numa estante de casa de meus pais. como de vez em quando faço, pergunto: posso [levar]? o autor nada me dizia, parecia-me de leste, mas só hoje, quando acabei de ler é que vim à net ver o que dele diziam.
Ivan Klima. "Amor e desencanto" (na tradução brasileira Amor e Lixo), Bertrand Ed.
Autor checo, nascido em 1931, de origens judaicas, esteve num campo de concentração com 14! anos de idade. O livro, uma boa surpresa. O que me levou a pegar nele foi o título... tipo deixa cá identificar-me um bocadinho com as minhas desgraças, não quero neste momento livros pesados. Azar... ou sorte a minha. as minhas desgraças entretanto já tinham voado e o livro, apesar de não ser excepcional, foi uma boa revelação. A personagem central, um homem, um escritor que escolhe ser um homem do lixo, vulgo almeida. Aqui e ali, referências a Kafka; e sempre a sua posição neste mundo e nas relação humanas, em particular, a sua própria relação com os afectos, com o amor, com a solidão, com o(s) encontro(s).
"o paraíso não pode ser fixado numa imagem, porque o paraíso é o estado do encontro. (...) O paraíso é, sobretudo, o estado em que a alma se sente limpa." (última página)

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