sexta-feira, 10 de novembro de 2006

privilégio

é sempre um privilégio ter amigos. sentirmos o afecto por alguém, partilharmos, em relação, momentos únicos que ficam na memória. na memória afectiva. um riso, uma frase, um carinho, um toque no braço, no ombro, na face, uma palavra dita em determinada entoação, um abraço, um olhar breve ou prolongado... o sorriso irónico ou triste ou uma espontânea gargalhada… o estar e o ser… é por, e com estas “pequenas coisas” que as pessoas se vão tornando grandes para nós. há pessoas com quem estabelecemos quase imediatamente uma relação especial, tal a empatia que sentimos. como se a conhecêssemos há mais tempo. como se a sua sensibilidade, a sua forma de olhar, de sentir ou de pensar o mundo fosse reconhecida como nossa. e mais especial se torna porque não acontece frequentemente. quando acontece, sinto-me privilegiada. poder receber o muito que têm para dar. poder dar a quem nos recebe de coração aberto. e se se experiencia alguma tristeza quando partimos transitoriamente (porque nestas relações não existe o temporariamente), também nos sentimos repletos, maiores do que somos.
e sempre me deu vontade – talvez ingenuamente - de compartilhar este sentimento singular com os outros de quem gosto, de participarem na minha alegria.

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