sábado, 3 de março de 2007

Traços

Traços de luz numa noite de eclipse
(era a lua que queria captar... das tentativas ficou isto...
"torrentes douradas"...
não me perguntem como aconteceu )



Se não falas, vou encher o meu coração
Com o teu silêncio, e aguentá-lo.
Ficarei quieto, esperando, como a noite
Em sua vigília estrelada,
Com a cabeça pacientemente inclinada.

A manhã certamente virá,
A escuridão se dissipará, e a tua voz
Se derramará em torrentes douradas por todo o céu.

Então as tuas palavras voarão
Em canções de cada ninho dos meus pássaros,
E as tuas melodias brotarão
Em flores por todos os recantos da minha floresta.

Rabindranath Tagore (1861-1941)

3 comentários:

Anônimo disse...

Bem vinda.
As tuas palavras são sempre melodias de pássaro em Primavera.

Bonito poema este que nos deixas.
Não conhecia. É lindo

Nilson Barcelli disse...

Não sabes como fizeste a foto...?
Gostei do poema, não conhecia.
Bom fim-de-semana.
Beijo.

Luísa disse...

Obrigada, anónimo. Lindas são palavras que aqui deixaste.

É verdade, Nilson. Estava na varanda à noite tentando captar o eclipse... lembro que às tantas disparei a máquina, mas não reparei para que direcção estava a lente... não sei se são as luzes nocturnas, os meus cabelos, ou...
:-) Obrigada pelos comentários.