sexta-feira, 29 de setembro de 2006

Sem o saber, escrevi há uns dias um post que intitulei Nomes coincidentes ou coincidência de nomes?. Coincidência ou não, no dia seguinte tomo conhecimento de um Simpósio Internacional "Nomes e Pessoas: Género, classe e etnicidade na complexidade identitária", organizado pelo Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa.
Numa breve introdução do programa, lança-se o 'desafio do debate': "Estudar nomes de pessoas é estudar a pessoa."
Sem nome, quem seríamos? As coisas sem nome existiriam? Existem?
Relembremos que para o judaísmo, nada existe que não tenha um nome, e se não o tiver não existe.

Também no pensamento grego, já se adivinhava a importância da nomeação. Como em "Crátilo: diálogo sobre a justeza dos nomes" de Platão, em que Sócrates a propósito da origem da linguagem, da etimologia e da sua relação com a natureza (physis), associa o ‘acto de chamar’ (to kaloun), o denominar ou nomear, às coisas belas (kala) e ao pensamento: “o kalon, o «belo», é a denominação da sabedoria (phronesis) produtora daquelas coisas a que, comprazendo-nos, chamamos kala, «belas».”. (416 a – d).

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