sexta-feira, 15 de setembro de 2006

Sem frigorífico...

Pensei em dizer é melhor assim, afinal não era este o homem por quem me apaixonei. Pode parecer redução da dissonância cognitiva ou emocional, mas no fundo não é. Não foi este o homem que amei, não era este o homem que parecia que me amava. Que cuidava de mim com carinho, que deixei entrar na minha casa, na minha vida, no meu coração. Pensava que era alguém confiável, que eu podia confiar e confiar a minha vida e a vida de...
Não era! E agora estou vazia. Mais do que a casa. Aqui e ali com alguma raiva. Raiva sobretudo contra o destino. Contra ele? não. Não merece. Não soube amar. E em relação a isso, só posso ter pena. Como tenho pena de não ter sido amada.
Eu amar, não é assim tão difícil, afinal há gente "amável"; mais uns do que outros, de maneiras muito diferentes. Os homens que amei - que não conseguiria voltar a amar, tinham defeitos, muitos ou poucos, mas foi a sua ... não sei, na verdade não sei o que foi que me fez amá-los, ou apaixonar-me por eles.
Talvez seja isso, a não-razão que me faz amar, ou apaixonar por homens, "errados". As não-razões, sempre diferentes, que a razão não conhece. Talvez me tenham apenas tocado o coração. O toque. O primeiro, custoso, cheio de reservas, mas depois a entrega progressiva. E, no final, o corte. Meu, dele, pouco importa. A sensação de perca de qualquer coisa.
Quando se sente amor, ganha-se, vive-se, ilumina. Depois... a dor. Como neste momento.

Nota: o novo frigorífico vem amanhã. Sim, porque no Deserto um frigorífico é indispensável!!
Há coisas que se conseguem substituir, outras terão de aguardar mais uns dias, outras aindas... outras ficam em nós... ou não.

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