Estar na praia sob um sol escaldante encoberto pelo fumo de fogos que lavram a alguns quilómetros. O ano passado no barlavento algarvio; este ano no sotavento. O cheiro do fumo, as cinzas que caem nas areias, nas águas do mar, tornando-as oleosas da resina transportada. Folhas de aloendro queimadas, arrebatadas, que voaram distâncias para nos tornar mais visível o inferno de alguns enquanto nós descansamos calmamente na praia. Situação absurda. Como podemos assistir de um modo tão impávido? Aqui e em tantas outras condições. Onde está a nossa revolta, a nossa solidariedade, o nosso contributo? Achamos mesmo que não podemos fazer nada? Que este mundo não é o nosso?
Imagem de: James Kaler, Astronomy Department, University of Illinois
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