quarta-feira, 23 de agosto de 2006

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O que mais me doi?! Doi-me a falta de confiança. A confiança ou a cumplicidade que tanto reclamaste. No passado, sim, porque agora finges(fingimos), ou menos forte, fazemos de conta, que está tudo bem. Um sms. Apenas. não merecia mais?! Mesmo do fundo do teu mal-estar, não poderia haver algo mais?! Uma palavra? E tinha de ser para tão longe? Precisas de estar sózinho... todos precisamos (mesmo eu que há meses que não o posso estar... nem um minuto - e só eu sei que falta me faz... nem o tenho querido saber... há coisas mais importantes na minha vida, nesta fase). Precisas de estar só, e no entanto, aonde alvitraste que ias dormir?!

Primeiro preocupei-me. Depois entristeci. Porque não o hei-de dizer. Em voz alta, que importa. A quem queira ouvir. Foi um dos meus males, toda a vida. Calar porque sentia, tinha em consideração os sentimentos dos outros. Calei quando falavam (e falam) ensurdecedoramente de si próprios. Calei quando se gostavam de se ouvir a si mesmos. Calei quando se irritavam, se enfureciam, por razões só deles. Calei quando ameaçavam irem-se embora. calei quando fui batida... espancada. Calei tanto! Credo. mas aos quarenta já não calo. Calo até certa altura. Depois... para quê? Vocês fazem sempre o que querem e eu é que tenho de me calar? Nunca prendi ninguém... queriam ir embora, fossem. Só queria paz. Só queria amor. Também nunca tentei agarrar ninguém. Não queriam vir, não me podiam amar, paciência. Entre lágrimas, entendia. Exigir algo que não se pode dar?! isso magoa. Relações equilibradas, sinceras, livres? utopias?! Tens dado muito, eu sei. Mas isto? E 'aquilo'? E mais coisas que eu nem sei? Vai minando a relação, a confiança. Tento lembrar a palavra que disse, que senti quando...

Este é... continua a ser o meu canto... a minha voz. Talvez demasiado cobarde para se despir de uma vez por todas.

Sei que vais dissecar cada palavra deste post... Agora não quero saber! Pensa o que quiseres! Todos somos livres de pensar o que quisermos das palavras dos outros. Nem os outros nos convencem do que nós não queremos! (Até podem temporariamente, mas não para sempre) Precisavas de fazer o que fizeste. Neste momento preciso eu de escrever, de falar. Desabafar. Entre escrever e chorar, escolho escrever. Talvez sinta algum abandono. Algo que nunca esperei de ti. Talvez seja demasiado sensível ao abandono. Mas a minha 'história' também não ajuda. Por isso ia quase dizendo ao telefone, aquilo que calei. Mas que queres que faça?! Um que passou anos a dizer que se ia embora. Depois, quem foi, fui eu. Tu que um dia já foste... piraste-te e voltaste para confirmar que ias de vez. E foste. É este o nosso destino? o nosso futuro? Nem sei se quero que voltes. Neste momento não sei. Não quero enfrentar. Não quero confrontar-me. Com o que sinto. Estou triste. Desapontada. Profundamente.

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