segunda-feira, 28 de agosto de 2006

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Mais um dia de trabalho. Regresso cansada, como muitas vezes... não tanto como na sexta-feira, vinha estoirada, fisicamente. Lá, dou o meu melhor; é fácil, gosto do que faço. Mesmo com um cansaço acumulado... faltam 9 dias úteis para as férias... finalmente! As tão desejadas férias. mas neste momento, o meu olhar, todas as minhas expectativas vão para o dia 7. E nem que a casa me caia em cima, eu me deixo derrubar ... aliás vou 'congelar-me' um pouco, afectivamente, até esse dia. Depois pensarei, sentirei. Talvez tenha nos dias de férias, mais tempo de pensar e de sentir do que há dias julgava. Férias, sózinha, ou talvez não. Não seria a primeira vez. Mas desta nem a familia estará perto a maior parte do tempo. Se assim decidirmos. Não és só tu que precisas de um tempo para ti, para reflectires. Perante esta mudança, também eu preciso; não é "revange", é somente ter sido confrontada com mudanças que não podem ser superadas de ânimo leve. Perante isto que se passou nenhum de nós pode dizer, vai passar, já está tudo bem. Porque não está. E isto é apenas um sintoma. Não é a 'doença'. Mas que existe alguma disfunção, isso existe. E não é ignorando-a que ela desaparecerá. Nem melhoraremos o nosso futuro, seja ele partilhado ou individual.

Se um dia já apostei num futuro absolutamente partilhado, ou antes fundido (de uma só parte, claro), agora... desde há alguns anos, não posso, não quero. A minha vida depende só de mim!!! Do que eu fizer dela. E em tão pouco tempo, acho que já fiz muito. Fui uma lutadora comigo própria, com os outros... não tenho feitio. Fiz por mérito, discreto como eu, mas sólido. E se agora tenho finalmente um projecto em termos profissionais, devo-o à minha força interior. Recebo um telefonema... se as pessoas fazem o que entendem, porque é que depois se sentem mal? Que haja dúvidas que um rumo de vida é 'injusto', lhe causa profundo mal-estar e infelicidade, e depois que se andem a arrastar, decidam e depois voltem atrás...? Um caso paralelo... como se diz a um outro para acreditar em si próprio? Também já senti assim, e arrastei, e no dia em em decidi fui em frente... com muitos mecanismos de defesa activados, mas fui e consegui. Magoando, sendo egoísta, mas era a minha sobrevivência que estava em causa. E não hesitarei em fazê-lo. Porque é necessário, não é por gosto, pelo contrário. E afinal, não magoamos assim tanto os outros. Não há dor maior do que aquela que nos infligimos a nós mesmos.

Do outro lado da linha, alguém que o está a fazer. A mão que lhe dou, é apenas uma mão. O caminho também ela terá de o descobrir. Como todos nós...

Nota posterior: 12h.14. Sou mandada à merda e desliga-me o telefone na cara... Dei só a mão... não pus a mãozinha debaixo e não disse "tadinha, tens toda a razão"... A responsabilidade é sempre dos outros... os outros são sempre maus! Mimo demais. Encara a vida, rapariga. deitamo-nos na cama que fizémos, cabe-nos mudar de cama, de colchão, de lençóis... qualquer coisa, mas somos responsáveis, em última instância pela nossa (in)felicidade.

E eu vou para a minha que já não são horas para quem se levanta cedinho.

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