na carne...
Existe na nossa carne uma parte esquecida de nós que nos dá este ar perdido. Esta parte irrepreensível, a confissão confessa-a mas não basta para a circunscrever: as imagens estão em nós independentemente da nossa vontade, e a sua permanência impede-nos de qualquer rememoração definitiva. As nossas recordações são imagens que nunca podem tornar-se objectos: este carácter imaterial da imagem dá-lhe uma força de expansão que assombra mais ou menos a nossa vida interior segundo a vivacidade dos nossos fantasmas. Esse corpo tocado, escrito pela história afectiva da nossa sensibilidade, é o contrário desse corpo objecto que cada um de nós pode discernir aqui. O invisível da minha carne é o inverso do visível.Bernard Andrieu
na banheira, 2003, 2005
óleo s/ tela
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