seria tempo para balanços se fosse pessoa de balanços. o meu balancear ou o meu balanceamento dá-se, se ou quando se dá, no durante, nunca num qualquer depois. não há peso(s). há marcas. marcos. que não delimitam, somente assinalam. mas não há o acto de pesar: o mais, o menos. houve, ponto final. houve o que a memória preserva, dinamicamente. a memória cognitiva, a memória emocional, as memórias...
assim como o que se vê, tende a ser semelhante a nós mesmos, e assim julgamos/vimos os outros - não é, como se costuma dizer, (só) nas costas dos outros que vimos as nossas, é naquilo que se ouve que se vê quem o diz -, julgamos/vimos a nós mesmos, as nossas próprias memórias, a sua (in/)substancialidade também é (parte) do que somos.
2006... foi. como o 2005. como o 200...
fica, vai ficando o que se sente como 'bom', o que ainda faz sentido no presente. porque se não fizer um qualquer sentido, desaparece, ignoramos a sua existência. só existe o que importa, para nós, para aqueles que nos são importantes, mesmo que estes sejam 'desconhecidos'.
é também época de desejos. como se os nossos desejos, o simples acto de desejar pudesse influir no fluir das coisas! já desejámos tantas coisas, tantas pequenas coisas... e alguma vez as fizémos acontecer?! só mesmo aquelas que dependiam exclusivamente de nós. e isso não é desejar, é fazê-las ou tentar fazê-las acontecer.
ainda assim, utopicamente, paradoxalmente, desejo que se tiverem desejos, eles vos aconteçam, se concretizem. todos, alguns, os que puderem ser...
o meu '(não-)desejo', para mim, é simples (é?): nada esperar, saber receber tudo o que vier.
Nenhum comentário:
Postar um comentário