quinta-feira, 7 de dezembro de 2006
do espírito natalício #1
ou o inferno do trânsito nas semanas que antecedem o natal. No pára-arranca de horas para percorrer meia dúzia de quilómetros na capital, em vez do stress, aproveita-se para ver e pensar. Observar com um olhar semi-distanciado. Afinal, se olharmos de fora, também estou lá dentro. Munidos do subsídio de natal, ou do crédito, toda a minha gente resolve ir para a rua. Vai-se de carro, porque este mês até se tem dinheiro a mais. São as compras depois do trabalho, e lá vamos nós, já estafados de um dia inteiro, para as lojas, escolher a prenda (ou o presente, resolvam o que está na moda!) que gostaríamos de receber e afinal oferecemos ao outro; ou então damos mesmo o que dá mais jeito à carteira, pois até não é tão importante o que damos aos outros. O que importa é comprar e ficarmos em paz connosco próprios porque demos uma quinquilharia qualquer. E saímos das lojas todos ufanos e satisfeitos: "para aquele já está", e riscamo-lo do rol. E atravessamos as ruas cheios de sacos, saquinhos e saquetas, de preferência de marca – sim, porque o embrulho é fundamental – correndo para o outro passeio antes que um condutor impaciente por causa das bichas (sim, na minha época ainda não se dizia filas) nos atropele. E depois as luzinhas, as luzinhas que enfeitam árvores, prédios, as ruas… que bonito! E os cartazes, placards, outdoors, e afins, com tantas caras bonitas, desejáveis, com os produtos ali mesmo à mão … que tentação! Que dias felizes estes que antecedem o Natal!
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