Dia de semana. Quinta-feira. Beira-tejo. A outra margem muito perto, demasiado perto para o meu olhar habituado a perder-se no mar da palha. Na outra margem, a fábrica com os seus silos coloridos. Atrás o ruído dos carros de uma cidade em buliço; em cima, um gorgolhar contínuo dos rodados no metal da ponte.
Neste momento, redescubro um aspecto positivo - sim, preciso de redescobrir - desta minha nova condição.
Dia de semana. Passeiam lentamente ao longo do tejo. Como eu acabei de o fazer. Pessoas que têm tempo e olhar. Não são os magotes de famílias, nem os guinchos dos reis-criancinhas dos fins de semana. Há velhos a passear de mãos dadas higienizando o seu corpo pela caminhada. Há mulheres conversando a passo lento ou ritmado. Há jovens beijando-se sentados nos bancos de cimento esquecidos do mundo e do rio - ó louca paixão, ó doce ilusão. Há estudantes em intervalo, há desempregados ocupando-se, há os que folgam e se exercitam. Há um caniche que passeia o dono pela trela. Há uma senhora de meia-idade, muito arranjada, sentada perto das águas, agarrada ao telemóvel.
Há pessoas que vão e vêm ao longo da margem. A passo, a corrida, em bicicleta. No recorte da fábrica a contraluz, alguém faz flexões, do lado contrário, as canas de pesacas alinhadas. Algures por aqui, alguém que escreve com uma lapiseira vermelha num caderno preto. Em frente, um barco à vela; veio da foz e do sol, aproximando-se lentamente pela brisa e que o vai levar ao porto; entretanto, deixa vogar, saboreiando a deriva.
Também eu saboreio a deriva, o sol, frente ao rio, com a cidade atrás. Que bom é este sol de Março.
[que prenda boa, inesperada para este dia da mulher]
Neste momento, redescubro um aspecto positivo - sim, preciso de redescobrir - desta minha nova condição.
Dia de semana. Passeiam lentamente ao longo do tejo. Como eu acabei de o fazer. Pessoas que têm tempo e olhar. Não são os magotes de famílias, nem os guinchos dos reis-criancinhas dos fins de semana. Há velhos a passear de mãos dadas higienizando o seu corpo pela caminhada. Há mulheres conversando a passo lento ou ritmado. Há jovens beijando-se sentados nos bancos de cimento esquecidos do mundo e do rio - ó louca paixão, ó doce ilusão. Há estudantes em intervalo, há desempregados ocupando-se, há os que folgam e se exercitam. Há um caniche que passeia o dono pela trela. Há uma senhora de meia-idade, muito arranjada, sentada perto das águas, agarrada ao telemóvel.
Há pessoas que vão e vêm ao longo da margem. A passo, a corrida, em bicicleta. No recorte da fábrica a contraluz, alguém faz flexões, do lado contrário, as canas de pesacas alinhadas. Algures por aqui, alguém que escreve com uma lapiseira vermelha num caderno preto. Em frente, um barco à vela; veio da foz e do sol, aproximando-se lentamente pela brisa e que o vai levar ao porto; entretanto, deixa vogar, saboreiando a deriva.
Também eu saboreio a deriva, o sol, frente ao rio, com a cidade atrás. Que bom é este sol de Março.
[que prenda boa, inesperada para este dia da mulher]
[imagem roubada]
2 comentários:
O Tejo tem de facto um encanto acolhedor. Já foram muitas as vezes que fiz parte de algumas dessas personagens descritas. É de aproveitar os momentos que nos proporciona(mos).
É mesmo, POC! :)
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