Aproximam-se certas datas. E por mais que racionalizemos que tudo é uma convenção, que é apenas mais um dia dos muitos que vamos vivendo, sentimos um sabor a sal. E vem o desejo de água. Que o leve/lave depressa. Porque nesse sabor, que embora seja a sal, não conseguimos identificar, há um desnorte de 'nem lá vou nem faço nada'. E sentamo-nos a um canto, à espera que passe. Pensando o desperdício das horas. Não valorizando com propriedade o que sabemos de bom. E depois dizemos... Não gosto de domingos - o outro não gostava de Mondays -. É verdade. já houve tempos em que muitas vezes não gostava de domingos. Nos últimos anos, comecei a gostar. mas depois, lá vem um, para confirmar estados antigos. Estados inquietos. Um pouco depressivos. Esquecidos do sol que aquece lá fora. Não nos sentimos bem connosco próprios. A insatisfação borbulha na nossa pele. Quando estamos sós, é momento de darmos com a cabeça nas paredes, de podermos dar asas à nossa infelicidade existencial. Quando amamos, não queremos que o outro sofra com as nossas infelicidades; especialmente quando sentimos o quanto ele nos quer. Há sempre um espaço-buraco em que permanece insatisfeito, inquieto. É isso que nos move... embora por vezes nos paralise.
Empurro-me. Para a frente. Há afinal tanta coisa que vale a pena... Coisas que nos acarinham... (como a tua voz que interpolou esta escrita).
Empurro-me. Para a frente. Há afinal tanta coisa que vale a pena... Coisas que nos acarinham... (como a tua voz que interpolou esta escrita).
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