quinta-feira, 9 de junho de 2005

Charcos e pântanos

(também eu) sei ler nas (entre-)linhas
como não o poderia?! estão lá as palavras
as negadas, as recusadas, as rejeitadas.
mais de um mês depois, do que foi dito - sim, tive paciência para as ler - paciência e mais alguma coisa, ou menos, menos de mim. Que me firo, ao atacar para me defender de algo que outros (me) julgam ser, ou ter sido, eu. (Mas afinal, não falam mais do que de si próprios!)
que me interessa?
que me interessa, se neste contigente cansaço de ter de existir, quero apenas uns momentos felizes?! Para lixo, para merdas, já tive o suficiente... e tê-lo-ei no que sou obrigada quotidianamente, esse suportá-lo-ei... fechando olhos ou ouvidos... que também sei que nada mudarei... sim, já não acredito em mudar o mundo, nem alguém... nem o quero sequer. Nem a mim própria.
É 'pecado' querer ser ave...
fugir, porque não??...
quando se vê pântanos por todo o lado?
Quero apenas salvar o que pode ser salvo
Voar
em mim
numa mão aberta de límpidas águas.
Porque o que há são verdades, com s. (nem essas há, verdadeiramente). Há somente uma procura daquela(s), busca árdua e dura, porque ela não está ali à nossa espera, somos nós que temos de a construir incessante e malogradamente.
E (talvez) uma verdade é que temos de ser nós próprios a fazê-lo, connosco mesmo, nunca um outro. (não refiro, com um outro)

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