quarta-feira, 11 de março de 2009
Ontem precisei de ti, que te deitasses a meu lado e acontecesse o abraço. Ontem ao adormecer, quando o sono teimava em não entrar nos meus lençóis e guerrear com pensamentos vãos. Ontem precisei do teu ombro e do teu corpo quente, da tua cabeça encostada à minha testa, de um beijo doce e e-terno que tornasse tudo inútil, aquele tudo nada, e tudo fosse o beijo e o amor. Ontem precisei do teu amor, de sentir o que era ser amada - e nem importava que fosse a primeira -. Que o silêncio fosse a tua voz sussurando apenas a tua presença. E o meu mundo, sómente nós, sem movimentos exteriores de translações e rotações. Nós na verdade de nós, nus. No abraço de ser único, de sermos uno. Ontem, naquele instante longo, precisei de te amar por me amares. Precisei de ser amada por te amar. Precisava de esquecer que não era amada nem amava. Que estava sem ti. Sem o teu abraço. Sem o teu beijo longo no meu rosto. Sem o teu corpo envolto no meu. Sem ti nos meus lençóis, nem partilhando uma mesma almofada, juntos. Que estava apenas deitada com os pensamentos rotativos e vãos que nada tinham a ver comigo, nem contigo, nem com o amor. Ontem. Foi ontem. Hoje, numa noite e nunca, deitar-me-ei contigo. Hoje, numa noite e sempre, deito-me comigo.
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