"nunca devemos voltar aos lugares onde fomos felizes", dizem... não! não se pode é ir em busca de um tempo perdido... num lugar reencontrado.
A viagem nunca é a mesma viagem, o retorno nunca é retorno; é voltar com outros olhos, com outra escuta, com outras mãos. Engana-se quem vai aos mesmos locais procurando o que já aconteceu, o que viveu. Pode-se voltar para rememoriar, para crescer, para sentir a felicidade por ter um dia sentido uma outra felicidade. E cabe, a quem volta, a quem retorna, encontrar essoutra felicidade... ou fazê-la acontecer.
terça-feira, 31 de março de 2009
domingo, 29 de março de 2009
sábado, 21 de março de 2009
dia da poesia
primeira noite
primeiro dia de primavera
poesia são palavras. as palavras que contam. não tanto as frases. as frases são respiração. os silêncios e cada palavra como peso de pulmões e carne. num ritmo de diafragma. expirações pelos poros de um corpo.
e é tão raro sentir isso nas bocas que lançam frases que dizem de poesia...
é tão raro sentir o toque da poesia dita.
primeiro dia de primavera
poesia são palavras. as palavras que contam. não tanto as frases. as frases são respiração. os silêncios e cada palavra como peso de pulmões e carne. num ritmo de diafragma. expirações pelos poros de um corpo.
e é tão raro sentir isso nas bocas que lançam frases que dizem de poesia...
é tão raro sentir o toque da poesia dita.
segunda-feira, 16 de março de 2009
manhãs de silêncio
uma coisa de triste por se estar só: não se vão construindo memórias, não se vão partilhando as pequenas memórias pessoais de que só nós nos lembraríamos. Assim, por não as contarmos, por não as retermos numa narrativa, vão-se perdendo no esquecimento... no esquecimento de nós mesmos... como na manhã após os sonhos...
quarta-feira, 11 de março de 2009
Ontem precisei de ti, que te deitasses a meu lado e acontecesse o abraço. Ontem ao adormecer, quando o sono teimava em não entrar nos meus lençóis e guerrear com pensamentos vãos. Ontem precisei do teu ombro e do teu corpo quente, da tua cabeça encostada à minha testa, de um beijo doce e e-terno que tornasse tudo inútil, aquele tudo nada, e tudo fosse o beijo e o amor. Ontem precisei do teu amor, de sentir o que era ser amada - e nem importava que fosse a primeira -. Que o silêncio fosse a tua voz sussurando apenas a tua presença. E o meu mundo, sómente nós, sem movimentos exteriores de translações e rotações. Nós na verdade de nós, nus. No abraço de ser único, de sermos uno. Ontem, naquele instante longo, precisei de te amar por me amares. Precisei de ser amada por te amar. Precisava de esquecer que não era amada nem amava. Que estava sem ti. Sem o teu abraço. Sem o teu beijo longo no meu rosto. Sem o teu corpo envolto no meu. Sem ti nos meus lençóis, nem partilhando uma mesma almofada, juntos. Que estava apenas deitada com os pensamentos rotativos e vãos que nada tinham a ver comigo, nem contigo, nem com o amor. Ontem. Foi ontem. Hoje, numa noite e nunca, deitar-me-ei contigo. Hoje, numa noite e sempre, deito-me comigo.
quarta-feira, 4 de março de 2009
motorista ou...
Por vezes, em jeito de brincadeira - embora nunca se saiba quão sérias poderão ser as brincadeiras -, costumo dizer que um dia, se não conseguir continuar a trabalhar no que gosto e no que faço, candidato-me a motorista. O/a patrão/oa ganhará com uma boa condutora e eu faço uma coisa de que gosto. Ora estava eu, quiça a retirar trabalho a alguém, ou a proporcionar descanso a alguém, ou como gosto de pensar a zelar pela minha própria vida, que é como quem diz, a conduzir em trabalho, e em cima da farda de motorista, vestem-me o fato de sexóloga. Dúvidas e inquietações, problemas concretos, dificuldades 'potenciais'. Puxo de receitas simples: comunicação, divertimento, jogos variados, focalização nos meios e não nos fins, e comunicação... muita, verbal e não verbal implicando atenção e sensibilidade ao outro.
Mas agora pensando... não sei se ajudará uma 'sessão' tão breve, mas pelo menos serviu para me sentir confortável num diálogo tão pouco frequente, mesmo numa sociedade de pessoas aparentemente já tão libertas no comportamento sexual, mas tão pouco informadas... e sobretudo, conhecedoras do seu próprio corpo e emoções.
E ainda conduzindo, sorrio ironicamente para mim mesma, imperceptível ao outro olhar... : é que isto do distanciamento, a diversos níveis, faz-nos verdadeiros experts...
Mas agora pensando... não sei se ajudará uma 'sessão' tão breve, mas pelo menos serviu para me sentir confortável num diálogo tão pouco frequente, mesmo numa sociedade de pessoas aparentemente já tão libertas no comportamento sexual, mas tão pouco informadas... e sobretudo, conhecedoras do seu próprio corpo e emoções.
E ainda conduzindo, sorrio ironicamente para mim mesma, imperceptível ao outro olhar... : é que isto do distanciamento, a diversos níveis, faz-nos verdadeiros experts...
segunda-feira, 2 de março de 2009
domingo, 1 de março de 2009
amor e indignidade
Acabo de ver O Fiel Jardineiro. Um filme de amor e indignidade. Indignidade humana. Em muitos dos sentidos que lhe podemos atribuir. De alguns para outros... muitos? poucos? que importa... nossa também, assistentes passivos, cúmplices. Podemos dizê-lo... afinal, mesmo não sabendo quantas vezes os meandros onde tanta coisa se move, sabemos da sua existência.
Indignidade e amor...
tinham-me perguntado: choras nos filme? eu respondi: sim, às vezes. mas não chorei, apenas senti as lágrimas por detrás do olhar, pelo amor, ou pela impotência, ou pelas flores descuidadas...
Amor e indignidade.
A par... demasiadas vezes na vida, neste mundo.
E não devemos, como tantas vezes o fiz - quase sempre o fiz - desculpá-la com relativismos, com excesso de entendimento humanista. Há limites. O limite do respeito pelo outro. O limite do amor (se o houvesse) pelos outros... ou, em última ou primeira instância, por si mesmo.
amor e Indignidade. sem ou com maiúsculas... em larga ou pequena escala... com 'grandes' ou 'pequenas' consequências: só se trata afinal de uma coisa: não considerar o outro como igual.
na inteligência, no sentimento, na alegria, na dor... no humano.
amor e indignidade, numa escala pessoal, sei como pode ferir. não que as feridas não cicatrizem, e se tornem cicatrizes e com o sol quase desapareçam. e mesmo quando algum dos indignos se cruzam outra vez no nosso caminho, como se fossem verticais, olhamo-lo de frente e sabemos dizer: não! porque a nossa casa é noutro lugar que eles desconhecem. que nunca habitarão.
indignidade.
há... demasiadas vezes na vida, no amor.
houve! em demasiados homens da minha vida!
Indignidade e amor...
tinham-me perguntado: choras nos filme? eu respondi: sim, às vezes. mas não chorei, apenas senti as lágrimas por detrás do olhar, pelo amor, ou pela impotência, ou pelas flores descuidadas...
Amor e indignidade.
A par... demasiadas vezes na vida, neste mundo.
E não devemos, como tantas vezes o fiz - quase sempre o fiz - desculpá-la com relativismos, com excesso de entendimento humanista. Há limites. O limite do respeito pelo outro. O limite do amor (se o houvesse) pelos outros... ou, em última ou primeira instância, por si mesmo.
amor e Indignidade. sem ou com maiúsculas... em larga ou pequena escala... com 'grandes' ou 'pequenas' consequências: só se trata afinal de uma coisa: não considerar o outro como igual.
na inteligência, no sentimento, na alegria, na dor... no humano.
amor e indignidade, numa escala pessoal, sei como pode ferir. não que as feridas não cicatrizem, e se tornem cicatrizes e com o sol quase desapareçam. e mesmo quando algum dos indignos se cruzam outra vez no nosso caminho, como se fossem verticais, olhamo-lo de frente e sabemos dizer: não! porque a nossa casa é noutro lugar que eles desconhecem. que nunca habitarão.
indignidade.
há... demasiadas vezes na vida, no amor.
houve! em demasiados homens da minha vida!