sábado, 9 de junho de 2007

o que nos agarra

a passagem dos anos também se mede pelas feiras do livro. mais uma. aproveito o dia feriado para lá ir. muita gente, ainda mais quando se rompe uma conduta da água e uma das ruas se transforma em riacho. a rua que percorro enche-se demasiado por pessoas que fogem aos pés molhados.
procuro alguns livros que tinha em mente, encontro outros que já quis e não comprei, outros ainda que descubro ou redescubro. e reparo na diversidade de interesses que tenho tido ao longo da minha vida de feiras do livro e que se vê nas prateleiras das minhas estantes. divergência ou ecletismo? ficam ainda uns por comprar, hoje ainda faço uma breve lista para compras de última hora, ou talvez substitua alguns por oportunos livros do dia.
naquele ritual, de sobe e desce, de pára e avança até ao próximo stand, faço sem querer um paralelismo com as viagens pela blogosfera, por vezes olhando de longe, outras folheia-se apenas, outras detemo-nos para ler mais um pouco. e os raros puxam por nós, como se agarrassem às nossas mãos, à nossa pele, e levamo-los para casa, ficam connosco mais um tempo dando o prazer ou a dor de (n)os ler.
perco as horas perdendo-me por entre renovada curiosidade. e neste perder saboreio este não querer saber, não ter ninguém que me acompanhe ou a quem eu tenha de acompanhar com aconteceu outras vezes, por haver ritmos, interesses tão diferentes. por terem medo que eu me perdesse... que bom é perder-me! e parar e andar e folhear e respirar quando nos urge. sem perguntas, sem respostas. mesmo que sem partilha. afinal ali a comunhão é mesmo com os livros, numa relação íntima, tão corpórea.

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