segunda-feira, 28 de fevereiro de 2005

na relva

Foto L.T., 1979

De um baú antigo, perdura no tempo
restos de um gesto juvenil
talvez uma dádiva incompleta
liberta das raízes
e o olhar? abstrai-te das grades
são apenas moldura
um modo de dizer
quantas perspectivas há para um só roseiral?
De trás? Pela frente?
Se te deitasses na relva, haveria somente o céu
... e as rosas...
vem deitar-te na relva, comigo,
húmida que esteja, que importa?!
o horizonte seja nosso olhar - mesmo se os fecharmos por instantes - vem
sente o peso da maior leveza
asas com perfume cor de pétala

domingo, 20 de fevereiro de 2005

Voto

Talvez mais do que em consciência, votei por consciência.
Agradou-me ver a afluência das pessoas às mesas de voto... há muito tempo que não as via tão concorridas - as notícias das previsões confirmam, a abstenção desceu...oxalá, seja por uma "boa" causa. Ou pelo menos quererá significar o desejo de uma maior participação de cidadania? De tomada de consciência que se os eleitores/cidadãos quisessem, muitas (ou algumas) coisas poderiam mudar?
Aguarda-se os resultados... e mudanças?

terça-feira, 15 de fevereiro de 2005

O Beijo


Fotografia de Anne Brigman

Não importa que não fosse ontem.
Soubesse eu aliviar a tua dor
- não o soube
ontem... -
permaneci em pensamento,
em duas flores
uma vermelha
uma outra branca
uma por nós.
outra para... tu sabes!

Talvez não saibas
o que pedi
no silêncio,
uma flor, Tu,
e um Beijo.
Nós.

Ao sorrir revejo o que sentia
ontem.
Haveria uma flor
um beijo
hoje, amanhã ou
um dia.

Pois não somos nós...
Desejo?!

domingo, 13 de fevereiro de 2005

World Press Photo 2004


foto retirada de BBC News

Categoria: General news singles; 2º lugar
David Robert Swanson,
The Philadelphia Inquirer
Soldado americano durante uma emboscada no Iraque, 6 de Abril 2004



Com este post pretendo também fazer uma pequena homenagem a alguém que... Nem sempre as escolhas de vida, de uma vida dura... mais dura do que quem está de fora, alguma vez se aperceberá realmente... correspondem à dureza de um olhar, de um sentir. A humanidade pode-se encontrar nos pequenos-grandes gestos, no confronto, olhos nos olhos, com as próprias fragilidades de apenas ser homem.
Surpreendes-me sempre. sabias?

segunda-feira, 7 de fevereiro de 2005

Uma "nova" casinha...

Estou numa "nova" casinha... finalmente mudei para o MT 3.11. Ajudaram-me nesta mudança dos "caixotes", o grande incentivo do LE.e a proficiência da equipa do Weblog, pelo que lhes agradeço. O endereço é igual, mas de 'face' renovada... e ainda algo incompleta... Agora só preciso de mais um tempinho para me ocupar da 'decoração'...

Guantanamo(s)


Jean-Marc Bouju, Associated Press, Iraque, 2003



Júlio Pomar, Guantanamo I, 2004

quinta-feira, 3 de fevereiro de 2005

G. de Gralha

G. tinha sempre muita coisa para dizer. Como tal, falava quase ininterruptamente, falava, falava. Por vezes falava tanto e tão depressa que não se percebia o que dizia. Outras, quando não se lembrava de mais nada para dizer, repetia, duas, três, quatro vezes. A dado momento, quando não houve mais nada para dizer, a sua boca, de tão habituada a articular sons semelhantes aos de uma língua, continuou a falar, a falar…

quarta-feira, 2 de fevereiro de 2005

É GRAVE!!! É lamentável isto acontecer mais uma vez na blogosfera!!!

Andaram a comentar em meu nome e com o endereço deste blog, num blog que eu nunca sequer visitei. Não sei se é caso único, não faço a mínima ideia de quem o fez, nem com que intenção. Demarco-me desde já deste lamentável incidente, constatando decepcionada o quanto é fácil gerarem-se equívocos e fraudes.
Cheguei a esta triste conclusão a partir das visitas que fizeram ao meu sitemeter, a partir desse blog. Não vou colocar sequer o link do blog, porque que não é meu costume linkar ou ir a sítios onde os donos do blog têm como designação da sua lista de links: Pocilgas Por Onde Chafurdamos Também, e muito menos comentar.
Não é esta a minha atitude na vida, e também não aqui.

terça-feira, 1 de fevereiro de 2005


Leonard Freed, Amantes numa cama, 1971


No calor da noite fria
em essências de algodão
apaga-se a luz.
Soam acordes de silêncio
e as faces mudas do escuro.
O espaço ausenta-se
em corpo único de amantes
pela funda madrugada
nua
num abandonado adormecer

e o escuro funde-se em lua
quente.