Na radio, uma entrevista de Carlos Vaz Marques, sempre pessoal e intransmissível, a Patrick Quillier, professor e tradutor: "a língua portuguesa tem muitos sons, é uma das línguas com maior número de sons no mundo". Curioso... sabíamos que era rica em muitos aspectos, por exemplo gramaticais, vocabulares, mas ... sonoros?!
Será também por isso que me é tão importante a voz, a modelação da voz dos outros? o timbre, a intensidade, a respiração? como uma impressão digital de cada um que nos transmite as emoções, o calor ou a frieza, a doçura ou a aspereza, a ambiguidade ou a afirmação, em suma, o toque vocal como um toque de pele, que por vezes pode ser mais profundo, que nos atinge num âmago qualquer.
Talvez seja por isso, se não fosse - e quantas vezes o é também - pela densidade, pela poesia crua das suas palavras, que de manhã faço um breve zapping só para ouvir os Sinais de Fernando Alves.
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