quarta-feira, 29 de abril de 2009

Mais do que aprender a viver comigo, a minha vida tem sido, e será, a aprendizagem de viver com os outros. Creiam-me, tarefa de vida... será que esta vai chegar?

Escrito ontem, reescrito hoje, subscrito amanhã...

domingo, 26 de abril de 2009

inesperadamente crescem
asas que voam
sorrisos que escorrem
palavras que nao bastam
um desejo infinito
de ser abraço

sábado, 18 de abril de 2009

porque...

... temos de encontrar a felicidade num qualquer lugar ... numa qualquer música



é mesmo meu... procurava-a por 'best friends'... afinal it's just 'Lucky'
e vai para o meu ww... para quando precisar de um sorriso.
Amar a nossa falta mesmo de amor e na secura nossa
amar a água implícita, e o beijo tácito, e o sonho infinito

Carlos Drummond de Andrade

(lido num' a estação dourada')

domingo, 12 de abril de 2009

Fast-friends

Um amigo passa-me um convite para o twitter. A nova 'rede' de conteúdos de 140 caracteres. Clico no link e do que me é mostrado, nada de espcial me atraí. Pelo contrário, da breve olhadela deduzo que o interessante, ou o eficaz, seria o uso de telémóvel... ora se eu até nem aprecio mandar sms. Não sou da geração do polegar, não gosto de dependências - excepto a da nicotina -; para mim o telemóvel é um instrumento, logo útil por definição, não que de vez em quando não me alargue nas conversas, especialmente se não é possível estar com a pessoa. Mas não para 'substituir' uma relação mais frequente... apenas para mitigar.



Passados uns dias, e após nova conversa, vejo a apresentação com mais atenção: aí é que há um movimento de quase recusa: mandar um twitter (é assim que se designa?) a amigos, ou ao mundo inteiro, a dizer que estou a tomar café? ou que vou pela rua x? que vou finalmente regar as minhas plantinhas?

Que diferença está entre o que eu escrevo muitas vezes aqui e essas micro-mensagens? É que aqui há a escrita, o gosto pela escrita, pouco importam muitas vezes os factos, importa é o que se sente, o que se pensa sobre eles, a exploração e o desenvolvimento dos mesmos. Importa o trabalho linguístico (mesmo que não propriamente literário), a 'escaranfunchice', o remexer e deixar correr a pena (ou os dedos nas teclas) à medida que as palavras fluem. Agora estar a contar caracterzinhos?? Aqui pode até ter 20 ou 30, mas pode ter 300 ou 3000 ou... não interessa, não há limite, não nos pré-limitamos, não nos formatamos a priori. Sai espontaneamente, ou depois, acrescentamos, limamos, floreamos... cada um a seu jeito.

Se demorei uns bons meses a criar um (/este) blog, desde que um amigo me falou na blogosfera que tinha começado a aparecer nesse longínquo ano de 2003, não foi por não me sentir atraida, pelo contrário. Comecei logo a ler e a ser frequentadora assídua de alguns deles. Era uma forma de comunicação sim, mas uma comunicação que fazia reflectir, que nos alargava horizontes... como uma boa conversa, um bom livro, uma boa palestra.

E depois, o que interessa a alguém o que é que eu faço, como 'eles' argumentam? Se interessa, então venha ter comigo, venha partilhar, não tem tempo? azarito! Quando houver tempo e disponibilidade, logo partilhamos, e não se perderá se for realmente importante. Dizem na introdução video do twitter que "infelizmente a maior parte do nosso dia-a-dia está escondido das pessoas que gostamos"... infelizmente ou felizmente, pergunto eu? quereriamos viver o dia-a-dia com os nossos amigos, por mais amigos que sejamos? Eu quero viver momentos com os meus amigos. Não sou companheira deles nessa acepção. Escolhi-os por serem como são, pela história comum que fomos construindo e, se calhar, até nem seria capaz de viver um quotidiano com eles. (neste momento até questiono com alguém que amasse).

Mas isto no fundo são argumentos falaciosos... porque na verdade, dizer algumas coisecas, em 140 caracteres, sobre o que fazemos, não diz quase nada de nós, é uma simplificação do outro. É tornar o outro um fast-friend. Dá-nos apenas a ilusão de estarmos a partilhar, a compartilhar-nos, mas só a ilusão, a aparência, neste mundo 'real' que já tanto (sub-)vive de superficialidades.



nota: só umas contas por alto: se duas linhas equivalem a esses 140 caracteres quantos twitters seriam necessários? ok, talvez a ideia principal se possa resumir, mas.... e o meu gosto em escrever isto tudo? ;) e a vossa paciência :))

sábado, 11 de abril de 2009

Hoje escolhi. Não uma escolha de todos os dias. Mais uma escolha que há que fazer, qualquer que seja o dia. Magoei e magoei-me para evitar mágoas maiores - como se pudéssemos saber o futuro?! não podemos. - mas podemos ter princípios e ter a inteligência sensível para sentir o que provavelmente aconteceria. - desculpa, mas não podia ter agido de outro modo, não podia ter sido outra a minha atitude -. Há atitudes que temos de tomar porque acreditamos nelas -não podia interferir numa qualquer atitude tua. Há alturas em que estamos sós, sentindo-nos longe de tudo, de quase todos, e só nós mesmos podemos retomar o caminho, o nosso. Só nós mesmos podemos encontrar o caminho que julgámos perdido. Só nós mesmos podemos deixar de deambular pelas clareiras que construímos. - Há escolhas que nos fazem chorar. Mesmo que estejamos certos, tanto quanto é possível nesta maldita e incerta vida. Há escolhas que por as fazermos, nos fazem reencontrar com algo de nós que nem sempre encontrámos. Mas é por isso que crescemos. E vivemos. - Se eu pudesse também eu não queria que fosse assim. Queria, porque o senti, porque senti contigo que podia ser especial. Mas não. Não posso mudar, não quero mudar, não quero dar um único passo de encontro a um caminho que não é meu. É o teu caminho, cumpre-o. Qualquer que ele seja. -Há escolhas que nos fazem avançar, mesmo que a tentação de nos tornaramos 'estátua de sal' seja enorme. Pelo mistério, pelo desconhecido. Pelo que podia ter sido, pelo que deixámos de lado ou atrás ou, era aquilo que estava à nossa frente? e recusámos. Há escolhas com lágrimas, as que são feitas quando se sente intensamente, quando sentimos vida em nós. - Não podias ter agido de outra forma, não podias ter respondido de outra forma, porque se assim não fosse, era porque não estava a ser tão sentido. Nem eu. Daí a angústia. - Estas são as palavras que nunca te direi. Estas são algumas das palavras que ficarão por dizer...
Esquecer?

quinta-feira, 9 de abril de 2009

se pudesse ser
contadora de histórias
com gentes e crianças
com lágrimas por uma queda
e um penso no joelho
com risos de um baloiço

se pudesse ser
a criança de outras histórias
com malmequeres brancos e
amarelos num quintal donde se viam
animais ao olhar para as nuvens
ameaçando chuva

se pudesse ser
entraria nas minhas histórias
em histórias que nunca ou
talvez aconteceram
iria ter comigo
e com as gentes que as povoaram

se pudesse ser
criança ou mulher
contadora - de histórias - de gentes
grandes ou miúdas
e cada uma dessas histórias iluminaria
quem as quisesse ouvir. ao fim do dia.

a happy... start

terça-feira, 7 de abril de 2009

Alfazema


a minha cor deste meu tempo



segunda-feira, 6 de abril de 2009

vozes e sons

Na radio, uma entrevista de Carlos Vaz Marques, sempre pessoal e intransmissível, a Patrick Quillier, professor e tradutor: "a língua portuguesa tem muitos sons, é uma das línguas com maior número de sons no mundo". Curioso... sabíamos que era rica em muitos aspectos, por exemplo gramaticais, vocabulares, mas ... sonoros?!
Será também por isso que me é tão importante a voz, a modelação da voz dos outros? o timbre, a intensidade, a respiração? como uma impressão digital de cada um que nos transmite as emoções, o calor ou a frieza, a doçura ou a aspereza, a ambiguidade ou a afirmação, em suma, o toque vocal como um toque de pele, que por vezes pode ser mais profundo, que nos atinge num âmago qualquer.
Talvez seja por isso, se não fosse - e quantas vezes o é também - pela densidade, pela poesia crua das suas palavras, que de manhã faço um breve zapping só para ouvir os Sinais de Fernando Alves.

quarta-feira, 1 de abril de 2009

hoje

.. e todos os dias, ainda não encontrei a verdade. Logo, não sei como será, e onde estará, o seu oposto (ou será seu complementar?)