quarta-feira, 1 de outubro de 2008

o verão está a acabar. dizem que já acabou - oficialmente -. o tempo não é o do calendário, e assim posso dizer que
ainda não acabou
ou ainda não começou?
há verão sem abraços?
sem calor? sem...
sem verão?!

"A falta de um abraço é como sentir fome. Muita fome. Fome que já não se sente, que se deixa de sentir porque o organismo habitua-se à carência, à ausência… à indiferença.
..."

algures num setembro, o início de uma escrita - saudade? - reencontro?

e de súbito, vem um abraço. apenas porque sim. sem antes nem depois.
e a fome permanece.

A falta de um abraço é como sentir fome. Tanta que já não se sente. Tanta que já nem se é capaz de comer. Tanta que já nem se deve comer, senão em pequenas, minúsculas doses, imperceptíveis - aos braços humanos que abraçamos com o olhar.
Não comer. Não comer os abraços que são oferecidos. Não comer os abraços que irão partir. Não comer os abraços que poderiam ficar. até empanturrar, sem saciar.

Uma mesa farta à frente. Cheia de cores e formas. Sem sabor, sem tacto. Como um menu: escolho?, não escolho? doces, salgados, macios, líquidos, suculentos...

Está a acabar o verão.
quase... quase...

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