sábado, 9 de outubro de 2004

Les amoreaux


Les Amoreaux de la Bastille, 1957
Willy Ronis


Uma bruma de Turner em Paris captada por um fotógrafo. O segredo, não importa qual, existe sempre entre amantes. a cumplicidade em tons de silêncio. ou de pequenas falas. segredos que se guardam em duas bocas. fechadas. entreabertas. uma para a outra. uma na outra, em beijos. no desejo fruído, ou às vezes, por cumprir. As ruas são apenas o cenário que os resguarda. Elas próprias plenas de amantes ocultos, ou pelo contrário, refúgios de mágoas e de ódios pequenos. Aparências cobertas por telhados e cúpulas. Da visibilidade à neblina. A proximidade. O quase invisível. Longínquos. A distância é a medida do observador. Não do observado. Onde estamos nós?

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