sexta-feira, 29 de abril de 2005

Quero-te

Quero as tuas mãos, amor
quero senti-las em cada pedaço
de pele,
de boca,
de riso.
Furiosas,
famintas
trémulas
incendiadas.
Quero o teu riso,
ofegante
de lábios latejantes
beijados
Quero os teus dedos
caminhando em meu corpo
vacilantes
incontido
receptivo.
Quero a tua boca
doce e dura,
escuta silente,
acariciante
do pulsar na pele.
Quero-te.

sexta-feira, 22 de abril de 2005

caminho das águas





que silêncio maior do que o do mar?
um som escutado a dois
íntimo marulhar
em paz, em revolto desassossego,
bebendo-nos, mordendo-nos
em tons de desejo, de mãos
entrelaçadas
percorrendo o caminho das águas.

quinta-feira, 21 de abril de 2005

Ironias da primavera


Caiu?...
(parece que o destino ou o MT quis que o texto deste post não saisse... apagou-o. Assim fica a foto,a primeira palavra e as últimas palavras de um texto que sumiu)


... laranja amarga.

sábado, 16 de abril de 2005

grafias de vidas... em paleta (des)colorida

Nos passos de outros, vivos, mortos, vou encontrando alguns daqueles que vi de perto, histórias de vida, de grandezas, de misérias. Como se pudessemos conhecer a vida de alguém apenas por palavras escritas - as palavras são somente uma vaga aproximação. Na suposta objectividade esvaem-se os risos, as lágrimas, as pequenas conquistas frente ao rectângulo branco.
Resta a lembrança, a homenagem, tentativas ténues de exemplos de vida. Pela obra serão recordados.
O seu sentir morreu. Talvez renasça, se recrie, em alguém que a olhará.

segunda-feira, 4 de abril de 2005

"Ai de quem precisa...!"

Ouço esta frase. Lembro-me de a ouvir a meu pai.
Antes respondo, quase instintivamente... generosamente?..."Não precisamos todos?!" Penso um pouco... 'mas há uns que precisam mais do que outros'... afinal, é como na 'cidade dos porcos'... há uns mais iguais do que outros.

domingo, 3 de abril de 2005

das pedras...









empíreo eterno


pedra perene


carne efémera







Óbidos, Março 2005

sexta-feira, 1 de abril de 2005

Oeste

I

Com o olhar
Acompanho a onda até à praia
e o seu regresso ao mar




II

O som da rebentação
devolve-nos o silêncio do mar
















III

Onde acaba uma onda?
Não fica nas areias
Volta num eterno retorno
para uma outra onda
a um outro mar