sábado, 30 de outubro de 2021

fantasma no espelho

Nem sempre quem é mais romântico é o que gosta mais/melhor


Primeiro fim de semana de outono invernoso. Fim de semana ainda mais prolongado pela mudança de hora.

Virando o colchão para o lado Inverno. Indo buscar à arca o edredon. Estendendo os lençóis brancos de algodão, os do enxoval que durarão a minha vida e mais, se houver improvavelmente alguém que os queira aproveitar um dia. E surge aquela frase sem mais.

Ou será pela inconsciente associação com a aparição fantasmática de há umas semanas?

No espelho, aparentemente limpo, uma solução vinagrosa faz surgir um antigo reflexo de um escrito a baton: um desenhado coração, pois claro.

Não sei já qual deles o fez, e mo deixou para me tirar um sorriso no regresso a casa.

Sei que com ambos terminei. Não o querendo. Mas tendo se ser. Por tão diferentes - quase opostas - razões.

os passados que ficam. e ressurgem. e vão... e...


domingo, 31 de dezembro de 2017

Gambão argentino selvagem grelhado, espinafres baby com alho, puré de couve-flor e batata doce às rodelas assadas no forno, acompanhados por um Esteva tinto. No final, uma delicia de chocolate tipo brigadeiro.
Um jantar de fim de ano
for me
with love
[e tentando não sentir o desamor que cobre a minha vida]

domingo, 3 de dezembro de 2017

natal ou lá que é

depois de três anos de ausência uma árvore verde com bolas vermelhas amarelas brancas e fitas amarelas vermelhas e azul-branca e luzinhas que piscam em diferentes cadências azuis verdes vermelhas e laranjas. uma árvore por ou para uma morta, uma moribunda e um gato. pelo menos esta manhã ao acordar vi que alguém já se tinha divertido com ela.

terça-feira, 7 de novembro de 2017

despertar e escutar-me: um sentido para a vida.
Urgente.

sábado, 4 de novembro de 2017

- O que vais fazer hoje?
- Humm... nem sei...
- O que te apetece fazer?
- Apetece-me....
... apetece-me degustar o meu amor. apetece-me desvendá-lo, descobri-lo aos poucos... pele e nervos, músculos e cérebro... sorrisos e olhares... palavras e silêncios
apetece-me fazer, ser, com ele, amor o dia inteiro
- Que tens saudades de fazer amor, já sabia, mas não sabia que tinhas um amor...
- Tenho... não tenho, aliás ter, de posse, nunca se tem... mas sinto. Ou antes, um empolgamento. Mas sentir no nosso corpo, no nosso espírito, esse frémito, essa possibilidade, esse desejo percorrendo-nos inteira, não é também um modo de amor?

quinta-feira, 12 de maio de 2016

ao longo dos anos tenho insistido, teimosamente, em acreditar no 'Pai Natal'. muitas vezes não tem sido fácil. nem no dia a dia nem no Natal. porque o natal, aquele natal da infância, aquele natal da mãe-natal, aquele natal onde o amor é incondicional, água límpida como as águas das fontes o eram,  se foi turvando, pelos turbilhões e trambolhões da vida. Mas havia sempre algo que o vinha aclarar, e esperançar. Como naquele natal que deu origem a este Lugar, há 13 anos.
Este, como um processo que se começara o ano passado, um crescente sentimento que não seria natal. apenas uma noite de reunião familiar. Faltava aquele amor insubstituível, aquele Amor maior.  Amor-mãe. Amor-colo e abrigo. Abraço terno que nos dá a dimensão da força e fragilidade do mundo e de nós mesmos.

terça-feira, 28 de outubro de 2014

Esqueci
já não ouço o murmúrio do vento e do mar
afastei-me lenta
despercebidamente do cheiro da vida

hoje, num choro de lágrimas,
rodeada de almas e flores mortas de plástico
surge, envolvendo-me, um cheiro a pão e bolos

sexta-feira, 6 de junho de 2014

"A minha voz traiu-me".

Como outras e diferentes vezes. Ontem "a minha voz traiu-me", porque nada mais era que finalmente aquele silêncio urgente e conquistado do tanto olhar. "Descontrolou-se na sua vontade de dizer" o quanto na vida fica depois das palavras.
e depois de um adeus que não aconteceu...

sábado, 31 de maio de 2014

sinto-me a escangalhar-me por dentro.

sinto falta deste lugar
dum lugar que seja eu

terça-feira, 5 de junho de 2012

E se...

... um pára-quedas não abre, temos o sobresselente.
Ou, em última instância, soltamos as asas
as que sempre tivemos e fizemos crescer ou nos fizeram crescer.

terça-feira, 29 de maio de 2012

Porque a vida acontece hoje

Fiz uma loucura. (bem, talvez não seja uma loucura para muitas pessoas, mas para mim foi-o). Se quando não se tem nada a perder, e se tudo em nós diz: Faz!, não há porque não fazer. É aqui que começam os primeiros passos de uma mudança. Fazer em vez de ficar a sonhar com os 'ses', ou, no fundo, agarrada aos medos de nos expormos, de expor os nossos afectos ou aquilo que nos afecta.
Fiz!
Não sei o próximo passo.
Mal fiz, dei uma gargalhada para mim mesma (corei, claro) e senti que era isso, seja o que for a seguir, tinha de o fazer, seguir aquele impulso tão intenso, mas tão consciente, e ao mesmo tempo, ainda tão imprevisto, que me disse para fazer.
Fiz! Agi!
Imagem roubada daqui


and i feel good!...

terça-feira, 15 de maio de 2012

como naqueles dias...

como naqueles dias...
dias que chegam ao fim e se constata estar tudo está feito como 'il faut'. ou se conseguiu dar ordem e arrumação a uma panóplia de coisas para as quais tivemos de arranjar sentido ou categorizar. tarefa difícil para quem acha que tudo pode ter haver com tudo, ou que não há compartimentos na vida, no pensar, e especialmente no sentir.
mas há dias em que é preciso. olhar e sentir que as coisas estão no seu lugar. estão mesmo no seu lugar. porque as coisas têm um lugar, ou não? e nós, temos um lugar? e os outros têm um lugar em nós?
as palavras deixam de ter como significado o sentir, assumem-se no que verdadeiramente são, significantes, e por isso ajudam a destrinçar sentidos.
ou, como naqueles dias, em que as palavras deixam de fazer sentir, porque o sentir encontrou o seu lugar. já não anda disperso, envolto em palavras que o ajudem a encontrar sentidos ainda sem lugar. 
como naqueles dias, ao chegar o entardecer, se percebe claramente que esse dia está arrumado, terminado, e nem mesmo a noite que se adivinha já pertence a esse dia. a luz é outra e os olhos vêem melhor sem o brilho ofuscante.
aqueles dias, como naquele dia, em que o lugar ficou.
e eu, continuei os meus passos...

quinta-feira, 10 de maio de 2012

Na era da descartibilidade

Descartam-se trabalhadores e colaboradores
descarta-se lealdade e amizade
descartam-se filhos nos depósitos de infância
ou na casa do outro progenitor - queremos é gozar a liberdade
descartam-se pais velhos em túmbolas solitárias
descartam-se os animais quando o peluche lhes cai
descarta-se a vida nas corridas diárias em automóveis
descarta-se tempo nos passatempos
descarta-se o olhar no écran
descarta-se o silêncio nos fones
descartam-se palavras que ninguém quer ouvir
descarta-se a alma na pele sofrega de afecto/carência
descarta-se os corpos
descartam-se como lixo
descartam-se amores e namoros

viva o nosso prazerzinho... tudo o resto, paciência!

tango, dança da carne


Como se fuera hoy la primera vez!

domingo, 6 de maio de 2012

amar é sentir alguém nascer dentro de nós.
ou sentirmo-nos renascer em nós mesmos.